Como Orar o Salmo 2: A Oração Pela Soberania de Cristo

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ORANDO SALMOS

Daniel Corrêa

12/19/20255 min ler

Introdução

O Salmo 2 é uma das peças mais dinâmicas e proféticas do Saltério. Ele não é um salmo de lamentação pessoal, mas um Salmo Messiânico e Real, um poema épico que capta o conflito perpétuo entre o desejo de autonomia da humanidade e o plano inflexível de Deus. O cenário é de caos e rebelião, mas o final é de triunfo garantido.

Orar o Salmo 2 é mais do que uma devoção; é uma declaração de aliança e de guerra espiritual. É tomar posse da promessa de que, não importa quão feroz seja a conspiração dos inimigos de Deus (e do homem), o Rei já está coroado.

Esta oração nos fundamenta na certeza de que o Trono no céu é o ponto fixo de toda a história humana. Ela nos ensina a rir com Deus da futilidade dos planos humanos que não se alinham com Sua vontade, e a buscar refúgio imediato no Ungido, Jesus Cristo, o Rei soberano sobre as nações.

Esclarecimento:

O Salmo 2 se desdobra em quatro atos, cada um deles crucial para a nossa compreensão da soberania divina e para a nossa prática de oração:

  1. O Ato da Rebeldia (v. 1-3): Aqui vemos a fúria e o planejamento humano. Os reis da terra e os príncipes se unem, conspirando e "tramando coisas vãs" (rîq em hebraico, que significa vazio, fútil).

    A motivação é clara: quebrar as "suas cadeias" (os laços da Lei de Deus) e se livrar das Suas "cordas" (Sua autoridade). Esta passagem descreve a essência do pecado: a busca por uma liberdade sem limites, rejeitando o governo e os mandamentos do Criador. Este movimento é o fundamento para a nossa oração de confissão e renúncia.

  2. O Ato da Resposta Divina (v. 4-6): O contraste é dramático e sublime. Em vez de entrar em pânico, Deus, entronizado nos céus, ri da conspiração humana e expressa Sua indignação e fúria, não por fraqueza, mas por Sua total certeza e controle.

    O plano final é executado: Ele declara que estabeleceu Seu Rei (o Messias) em Sião, a Sua santa montanha. Este é o alicerce da nossa adoração: a inabalável certeza do Trono.

  3. O Ato da Proclamação do Ungido (v. 7-9): O Messias toma a palavra e proclama o decreto do Pai: "Tu és meu Filho, eu hoje te gerei". Esta declaração foi literalmente cumprida na ressurreição de Jesus. Como Filho, Ele recebe a herança: as nações da terra.

    Seu domínio é universal e absoluto. Ele tem o direito de reger as nações com vara de ferro, um símbolo de poder e justiça que não pode ser quebrado.

  4. O Ato da Sabedoria e do Convite (v. 10-12): O Salmo conclui com um apelo direto aos líderes e a toda a humanidade: "Sede prudentes, ó reis; aceitai a correção, juízes da terra."

    A única resposta sensata é a submissão e o serviço. O comando final, "Beijai o Filho", é um ato de lealdade e adoração no Oriente Antigo. É o convite para encontrar refúgio seguro no Ungido, antes que a Sua ira se acenda.

Oração: Oração Baseada no Salmo 2

Pai Celestial, entramos em Tua presença confrontados pela realidade do Salmo 2, reconhecendo o caos da rebeldia humana e a certeza da Tua soberania inabalável.

Adoração

Adoramos a Ti, ó Deus, que assentas nos céus. A tua soberania e o teu poder faz com que a arrogância dos homens e das nações sejam como vapor; ou, como um vento fraco, trazendo nenhuma ameaça de destruição. Tua onipotência é a nossa segurança e a certeza da nossa fé.

Tu és o único Rei que governa com cetro de justiça e cuja autoridade jamais será posta em xeque.

Adoramos a Jesus Cristo, o Teu Filho Ungido, a Palavra que se fez carne e a quem deste toda a autoridade no céu e na terra.

A Ele pertence a herança, o domínio e a glória. Louvamos a Tua fidelidade em estabelecer o Teu Reino em Sião, mesmo quando o mundo trama Sua própria destruição. O Teu trono é eterno, e é nele que encontramos nosso descanso.

Confissão

Confessamos, Senhor, que a rebeldia do Salmo 2 muitas vezes reside em nosso próprio coração. Confessamos as vezes em temos enxergado seus mandamentos como algemas limitadoras.

Em outros momentos, buscamos tolamente a autonomia, cedendo à tentação de criar nossos próprios deuses e seguir nossos próprios caminhos vãos.

Confessamos a nossa impaciência e a nossa falta de temor diante da Tua Palavra e da Tua Lei. Perdoa-nos por não termos servido ao Teu Reino com o temor e tremor que nos é pedido. Restaura em nós o senso de reverência.

Súplicas

Senhor, oramos para que o Salmo 2 seja a nossa bússola de vida e nos ajude a viver em submissão total a Cristo, o Rei:

Pela Submissão Radical: Clamamos pela graça de "beijar o Filho" diariamente, que é o ato de lealdade e submissão completa à autoridade de Jesus. Que não haja áreas de rebeldia, nem tesouros escondidos em nosso coração que se recusem ao Seu domínio.

Pela Sabedoria e Prontidão: Concede-nos a sabedoria (prudência) para discernir as tramas vãs e os conselhos insensatos deste mundo que se opõem ao Evangelho. Que nossa confiança esteja firmada em Ti e não nos poderes temporais ou nas ideologias passageiras que logo perecerão.

Pelo Refúgio Seguro: Em meio à fúria e ao tumulto das nações e das crises pessoais, clamamos para que Tu sejas o nosso único refúgio. Livra-nos da ira que virá sobre os rebeldes e guarda-nos na bem-aventurança daqueles que confiam inteiramente no Messias.

Súplicas pela Igreja

Oramos, ó Deus, por todos os líderes e juízes da Terra, conforme o Salmo 2 os exorta. Que a Tua Igreja se levante como a voz profética que proclama a soberania de Cristo aos governantes e aos povos.

Pedimos por ousadia para anunciar que Jesus é o Rei estabelecido em Sião, e que todas as nações Lhe pertencem por herança.

Que a Igreja não tema a conspiração dos poderes seculares, mas viva com a santa certeza da Vitória final do Teu Filho.

Que possamos reger nossas comunidades e famílias com a justiça do Reino, servindo com tremor e alegria, demonstrando ao mundo que a única autoridade que vale a pena seguir é a de Cristo.

Consagração

Neste momento de oração, consagramos nossa lealdade e nossa vida ao Rei Jesus. Fazemos o compromisso solene, de acordo com o Salmo 2:

Serviremos e Temeremos com alegria e devida reverência ao nosso Senhor e Rei.

Proclamaremos o Decreto da sua salvação, independentemente das circunstâncias ou da reprovação dos homens.

Confiaremos no Refúgio de Cristo Jesus e o buscaremos com todo nosso coração.

Conclusão

Orar o Salmo 2 é declarar a supremacia inegável de Cristo em um mundo rebelde. É render-se à Sua autoridade inabalável e encontrar segurança sob o Seu governo. Que a nossa vida seja um ato contínuo de "beijar o Filho", transformando a fúria e o caos externos em submissão e paz interiores.